3 dias em Berlim, Alemanha

3 noites de Vida Berlinense

Escrito por Juliana Lulai

 

No início de 2013 eu resolvi tomar coragem e fazer minha primeira viagem sozinha: um intercâmbio para a cidade mais incrível da Alemanha! Eu já estudava a língua há alguns anos e me sentia confiante para o desafio (mas fique tranquilo, não precisa falar alemão para conhecer Berlim, rs!).

A primeira impressão é a que fica? Não foi bem o que aconteceu comigo. Nos meus primeiros dias eu só pensava: “nossa, essa cidade é exatamente como São Paulo”! Se nevasse em São Paulo, claro. Com o passar do tempo fui percebendo quão enganada eu estava. Berlim respira história e modernidade, tudo junto e misturado. Proporciona experiências estéticas, gastronômicas e culturais como poucos lugares no mundo!

“Ahhh mas Berlim é cidade grande e tenho poucos dias, não vai
dar tempo de conhecer tudo” – dirá o querido leitor.Não se preocupe, com três dias é possível conhecer o melhor que essa cidade tem para oferecer, pode confiar!

 

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DIA 1

O primeiro dia em Berlim pede a visita aos cartões postais da cidade, concorda? O primeiro deles é o Brandenburger Tor – Portão de Brandemburgo

O portão fica situado em uma praça enorme, defronte a uma estação de metrô (primeiro mundo é outra coisa né?). Mas atenção, ali também ficam várias pessoas fardadas e com bandeiras tentando chamar a sua atenção e querendo tirar uma foto, para que você tenha que pagá-los depois.

Continue andando em direção ao portão e, depois de passar por debaixo dele note que há um longo caminho de paralelepípedos no chão. Ali passava o Muro de Berlim! Que tal tirar uma foto com um pé em cada Alemanha?

Próxima parada imperdível: Denkmal für die ermordeten Juden E. – Memorial do Holocausto. Estrutura arquitetônica enorme que lembra e homenageia os judeus mortos pelo regime nazista. É impactante! Recentemente discute-se muito na Alemanha a respeito do tratamento que o turismo tem dado a este local, então vale sempre lembrar que o espaço merece respeito e cuidado.

Abaixo dele você encontra um museu muito interessante, que traz a verdade nua e crua sobre esse triste período da história. A entrada é franca, mas fique atento aos dias de abertura.

Seguindo na nossa caminhada, você vai encontrar o Tiergarten, o Central Park alemão, por assim dizer! Bem no meio do parque está a Siegesäule – Coluna da Vitória, que comemora as vitórias do Reino da Prússia (ahhh, aquelas aulas de história…). Vale a pena andar até lá? Hmmm, eu pessoalmente não fui e nem iria.

Ali do lado temos o Reichstag – Parlamento Alemão. É possível fazer um audiotour e entrar no prédio, que, no entanto, demanda reserva prévia. O principal atrativo é poder entrar na estrutura de vidro que pode ser vista do lado de fora do edifício. Para mim o dispensável aqui é justamente este tour. Há muita burocracia para entrar e não há nada para fazer no seu interior, #sinceridade.

Tá com tempo e empolgação? O Tränenpalast – Palácio das Lágrimas é um pequeno museu interativo construído justamente em um ponto dos pontos que dividiam a Alemanha ocidental da oriental. A entrada é franca, então talvez valha a pena conhecer, especialmente se você é, assim como eu, amante de história.

Próximo ponto obrigatória é a Berliner Dom – Catedral de Berlim. Outro cartão postal que permite não apenas visitação, como também subida ao domo para ter uma vista aérea da cidade.

Calma, o dia já tá acabando! Por fim temos a Alexanderplatz, praça super famosa de Berlim, que vira e mexe tem feirinha! Aqui você encontra o Weltzeituhr – Relógio do Mundo e a Fernseheturm – Torre da TV. O passeio aqui é subir na torre e apreciar a cidade de Berlim do alto. Eu fiz, achei caro e infelizmente não gostei, #sinceridade2.

Quer uma dica bem berlinense? Aproveite e visite o Hackescher Markt, um dos meus lugares favoritos para conhecer! Construído em um edifício antigamente habitado por judeus, que foi tomado pelo regime nazista, o mercado e seus arredores é cheio de lojinhas, bares, restaurantes e arte de rua. Esse sim é imperdível!

Que fome!

A sugestão para comida fica pelo restaurante de comida alemã Hofbräu Berlin, atrás da Alexanderplatz (Karl-Liebknecht-Strasse 30, 10178). É aquele restaurante com a carinha típica alemã. E não esqueça de pedir Strudel de sobremesa!

 

 

DIA 2

Bom, se tem uma coisa que marca a história recente alemã são os campos de concentração. Muitos não sabem, mas próximo à Berlim há um desses campos aberto à visitação. O KZ Sachsenhausen – Campo de Concentração Sachsenhausen fica há uma viagem de metrô e ônibus do centro de Berlim e vale totalmente a sua atenção!

 

 

Ali chegando você terá acesso a toda extensão do campo, incluindo área médica, câmaras de gás, dormitórios, áreas de trabalho forçado e banheiros. Uma visita com calma tomará algumas horas da sua manhã.

Não faça como eu, alugue um audioguia! Normalmente eu acho besteira, mas aqui eu senti falta.

No período da tarde vale um pulo ao Gedenkstätte Berliner Mauer – Memorial do Muro de Berlim. É um museu/memorial que preserva um dos trechos do muro. E o melhor, é de graça!

Você sabia que, na verdade, eram dois muros?

Por fim, temos a famosa Museum Insel – Ilha dos Museus. É o trecho da cidade dedicado aos principais museus de antes e história antiga. Fui só em dois: Pergamon e Neues Museum, ambos de história antiga. Gostei mais do Pergamon, que tem construções enormes em exposição.

Mas atenção, esses passeios tomam bastante tempo, então se a ideia é não ficar parado no mesmo lugar, talvez essa não seja uma boa opção para o seu roteiro. Mas vale a selfie na ilha, os prédios são incríveis. Aqui as entradas são pagas, afinal #nãosepodetertudonessavida.

Passeios culturais e instagramáveis completos? Nãããão! Que tal contratar um Tour guiado pelos grafites da cidade, aproveitar a noite e fazer um Pubcrawl, comprinhas no shopping Alexa ou até mesmo procurar um Flohmarkt – Mercado de Pulgas tradicional?

Alô fome!

Bora de fast-food berlinense pero no mucho? O Döner Kebab, lanche de origem turca, é muito gostoso e fácil de achar pelas ruas da cidade.

 

 

DIA 3

Último dia, cai uma lágrima! Calma, tem muita coisa para conhecer ainda! Chegamos no ponto de #overposting do seu Instagram, que vai render muitos #tbts. A East Side Gallery é uma exposição a céu aberto que tem como tela o Muro de Berlim! Ponto obrigatório, combinado?

Ela fica um pouco afastada do centro da cidade, então melhor começar o seu dia visitando-a. Sem contar que o local costuma ficar lotado de turistas no período da tarde, então é melhor evitar o #perrenguechique né?

Algumas estações de metrô dali está o Jüdisches Museum – Museu Judaico. Ao contrário do que você pode pensar, é um museu moderno, muito interativo e super diferente! Vale cada segundo do seu tempo. Trata tanto dos aspectos tristes do holocausto, com experiência sensoriais, quanto valoriza e celebra o judaísmo.

Voltando para o centro de Berlim, outro ponto super conhecido e muito falado nos vlogs e blogs afora é o Checkpoint Charlie. É o ponto de trânsito entre os setores de domínio americano, inglês e russo de Berlim. É uma atração muito turística e aqui, mais uma vez, você vai encontrar pessoas fardadas e com bandeiras, que costumam reclamar se você tirar fotos deles, exatamente porque querem seu dinheiro. Então aqui vai a minha opinião impopular: não vale muito a pena.

Outro ponto que não fez muito a minha cabeça foi o Topographie des Terros – Topografia do Terror. É uma exposição que conta cronologicamente como se instalou o terceiro Reich e os horrores que ele propagou. O problema, para mim, é que a exposição é toda em cartazes dispostos em um grande galpão. O mais interessante dela fica do lado de fora, onde se encontra um grande trecho do Muro de Berlim preservado. Mas tudo tem um lado positivo: é gratuito!

Ao final do dia que tal conhecer o centro moderno de Berlim? A Potsdamer Platz, que sempre aparece nos filmes de espião, conta com escritórios, lojas, restaurantes e bares, a vida ali é agitada!

Por fim, uma paradinha na Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche – Igreja Memorial do Imp. Guilherme I, igreja que teve sua cúpula destruída na Segunda Guerra Mundial. Atualmente é uma ruína, transformada em memorial de guerra!

E a comida? A primeira sugestão é comer um hambúrguer no Burgermeister. Hamburgueria pequenininha que fica bem embaixo da estação U Schlesisches Tor, atrás da East Side Gallery.

A segunda fica por conta do Currywurst, prato tipo fast-food alemão. É uma salsicha vermelha, com ketchup e páprica, acompanhado sempre de batata frita. Bastante berlinense, é muito gostoso. Existem vários lugares que oferecem esse snack na Potsdamer Platz.

 

Sobrou tempo?

 

Caso você tenha mais um dia ou até mesmo algumas horas nessa cidade incrível, ficam aqui duas sugestões mais diferentes para você aproveita. A primeira delas é pegar um trem para uma cidadezinha que faz divisa com Berlim: Potsdam! Uma graça e vale super a visita. Sugiro ir bem de manhãzinha, tomar café na rua principal (Brandenburger Strasse) e depois ir a pé o até o Castelo Sanssousi. É possível ainda fazer uma visita guiada dentro do castelo.

Aos amantes do esporte e, mais uma vez, de história está o Olympiastadion – Estádio Olímpico. Casa do Hertha Berlim, foi nesse estádio que Hitler teria supostamente ficado insatisfeito com as vitórias do corredor Jesse Owens nas Olimpíadas de 1936. É possível fazer tour guiado ou visitar o estádio por conta, mas nesse último caso só nas áreas comuns!

Não é segredo nenhum que eu sou apaixonada por esta cidade rica em cultura e história, então ficam aqui as minhas dicas e sugestões para tirar o maior proveito, mesmo se você tiver apenas alguns dias para visitá-la!

Para dicas de como se locomover pela cidade, clique aqui.

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